Em um mundo cada vez mais afetado pelo “bakery effect” (= necessidade de ter um trabalho novo “quentinho” em horas preestabelecidas) e em um ambiente científico tomado pela Qualisitis – para alguns editores uma situação que é, no mínimo, difícil de tratar – o volume de manuscritos submetidos tem aumentado de forma vertiginosa. Apenas para exemplificar, os Anais da Academia Brasileira de Ciências há uma década (2010) receberam 202 manuscritos; no ano passado (2019), esse número passou de 1500. Essa proliferação de trabalhos – um tema por si só – trouxe problemas para a revisão de pares. Tradicionalmente, esta atividade não é remunerada e tem consumido muito tempo dos pesquisadores, sobretudo levando-se em conta que algumas revistas insistem na publicação das revisões, sob o nobre propósito da transparência. Desta forma, muitas revistas (possivelmente a grande maioria), solicita aos autores que indiquem revisores. Nesta apresentação será apresentado os problemas e vantagens desse procedimento a luz do que tem acontecido nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, a única revista multidisciplinar lato sensu editada no Brasil.